Tapista é possivelmente um dos reinos mais interessantes de Arton. Capital do Império de Tauron, Tapista é o reino dos minotauros, onde esses vivem como se estivessem no antigo Império Romano, com legiões, escravos e obras de impressionante arquitetura. Porém, poucas cidades de Tapista foram descritas em detalhes ao longo dos anos de publicações de Tormenta. Foz é em poucas palavras descrita no suplemento “O Reinado” como uma cidade sem lei dominada por piratas, que oficialmente não faz parte do reino. No entanto, neste artigo, irei descrever a cidade como a projetei para a minha campanha, que difere bastante da versão oficial. Você pode aproveitar o conteúdo descrito aqui (como ideias e NPCs), para qualquer outra cidade de Tapista, como Marma, Calacala ou ainda outra que tenha criado. Sinta-se a vontade para fazer as adaptações que julgar necessárias.
Descrição
Construída de cada lado do Rio dos Deuses, Foz possui uma das obras de arquitetura mais impressionantes de Tapista, uma gigantesca ponte baixa que funciona como plataforma para o seu pujante mercado e para unir as partes norte e sul da cidade. A extensão de uma margem a outra do Rio dos Deuses, que faz o atravessador acreditar que está vislumbrando o mar, só torna a construção ainda mais estarrecedora.
A parte norte da cidade é composta pelos bairros residenciais principais, pela Arena, pelo porto e pelo distrito militar. Já a parte sul, conta com o bairro élfico, o distrito dos templos, o bairro anão, o banco de Tibar e os bairros residenciais de minotauros, menos importantes.
Foz também conta com banhos públicos e termas.
Com exceção da ponte, do bairro élfico, do bairro anão e do distrito dos templos, toda a cidade é bastante labiríntica.
A ponte e o mercado
A maior parte da ponte de Foz foi construída em pedra cor de areia, mas a plataforma dá lugar à estrutura de madeira em seu meio. Essa parte da ponte pode ser levantada para permitir a passagem de embarcações pelo Rio dos Deuses. Muitos trirremes vindos do porto passam por aqui. A ponte é baixa e quase colada sobre a água, para evitar o medo de altura dos minotauros, no entanto é incrivelmente larga.
Como os habitantes tem que atravessar a ponte para chegar ao outro lado da cidade e a plataforma é grande o suficiente para comportar diversas pessoas, um extenso mercado se aglutina sobre ela. Apenas tendas são permitidas, mas ainda assim pode se encontrar de tudo à venda. Grande parte do comércio é de escravos; muitos criminosos capturados de navios piratas do Mar Negro.
A parte norte
A Arena
A arena de Foz é uma construção bela e colossal, ainda que menos esplendorosa que a Arena Imperial de Valkaria. Comporta centenas de humanoides e possui camarotes para ricos e senadores. Mas ao contrário da Arena Imperial, seus combates não são encenações e sim batalhas que geralmente terminam em morte. Muitos dos escravos vendidos no mercado da ponte terminam aqui, como gladiadores, lutando para preservar suas vidas. Minotauros condenados à escravidão por dívidas ou crimes também estão entre os lutadores mais comuns, já que preferem o julgamento na arena a continuarem escravos.
Há vários empresários de lutas, mas um se destaca dos demais: é Goto, um Tirano Ocular rubro que escolheu viver no “mundo civilizado”. Auxiliado por seu lacaio, o treinador Spartacus, frequentemente manda seus gladiadores para a morte com requintes de crueldade, lucrando ainda mais no setor de apostas ilegais.
Em relação às estatísticas de combate de Goto, use a ficha do Tirano Ocular do Guia da Trilogia, adicionando perícias treinadas como Enganação, Intimidação, Obter Informação e Diplomacia.
O Distrito Militar
O distrito militar é onde se encontram os legionários, o quartel da Guarda Urbana e os prédios públicos que servem de atuação para a tribuna de senadores da cidade.
Dentre os senadores locais, um se destaca: é Temerus, um minotauro com cabeça de búfalo extremamente carismático que domina a política de Foz. Mais recentemente, Temerus se envolveu em um plano para derrubar os focos de rebelião no Protetorado de Roddenphord e em Petrynia. Inteligente e sagaz costuma comprar escravos da Arena, lhes oferecendo oportunidades de recuperarem sua liberdade em troca de serviços para o Império de Tauron.
Temerus: minotauro Capanga 5*/Senador 10, LM; ND 15; tamanho Médio, desl. 9m; PV 109; CA 29 (+7 nível, +4 toga de senador, +2 escudo, +5 anel de proteção); RD 1 (escudo pesado de adamante); corpo-a-corpo: Gládio +3 Congelante +19 (1D6+14+1D6 de frio, 19-20/x3) ou Gládio +3 Congelante +15 e Chifres +12 (1D6+11, x2);à distância: Pistola Magistral Brutal Precisa +14 (2D6+8, 18-20/x3); hab. Ataque Furtivo Brutal (3D8), Rápido e rasteiro (+4), Cara Feia (+4), Evasão, Fintar Aprimorado, Flanquear Aprimorado, Aura de Retidão (penalidade para Caóticos, bônus para Leais, nível negativo para Caóticos), Cofres fundos, Destruir o caos 5/dia, Escravo de confiança (ND 13), Um minotauro de bem, Modelo de Honra e Autoridade (Indesejável e Inimigo do Império); Fort +9, Ref +9, Von +8; Resistência à magia +5; For 18, Des 10, Con 14, Int 14, Sab 12, Car 21.
Perícias & Talentos: Iniciativa +18, Percepção +8, Diplomacia +29, Enganação +25, Intimidação +27, Intuição +23, Obter informação +25; Fraudulento, Foco em perícia (Enganação), Usar arma exótica: pistola, Rapidez de recarga, Vitalidade, Duro de ferir, Impostor, Conhecimento de Posturas (Passo do Touro e Equilíbrio de Khalmyr).
Equipamento: Toga de senador, Gládio +3 Congelante, Pistola Magistral Brutal Precisa, Anel de proteção +5, Bracelete de resistência à magia +5 e Escudo Pesado de adamante.
* Classe variante de ladino do Manual do Malandro.
O Porto
O porto de Foz é uma das bases para a marinha tapistana. Mais embarcações militares são vistas aqui do que as comerciais (embora essas também não sejam poucas).
As Termas
As Termas de Foz são administradas por um minotauro sincretista, clérigo de Marah e Tauron, chamado Osunius (sim, o mesmo que aparece na descrição de Malpetrim no manual básico, mas com um background diferente). Aqui senadores e pessoas mais importantes da cidade relaxam e apreciam o conforto enquanto sussurram intrigas e planos de poder para seus lacaios e aliados. Osunius usa essas informações a favor de um grupo político que vem crescendo secretamente, chamado apenas entre eles de os “minotauros de bem”. O nome é na verdade para despistar a natureza desta confraria que objetiva mudar a cabeça dos minotauros quanto à escravidão, suas tradições, a política corrupta dos senadores e a belicosidade do reino. Os guardas das termas são escolhidos entre os de maior confiança dentre os “minotauros de bem”. Um minotauro baixinho de nome Cássio é o capitão deles.
Parte sul
O Distrito dos templos
O distrito dos templos é um dos menores de Foz, mas nem por isso menos movimentado. Três templos feitos de mármore com arquitetura greco-romana podem ser vistos no pé da colina rochosa onde foram construídos: de um lado o templo de Azgher, do outro um templo de Glada (Keen na visão dos minotauros) e no centro um templo de Glórienn de onde sai uma escadaria para – logo acima – o quarto e último templo, o de Tauron. Essa peculiaridade local tem basicamente duas finalidades, simbolizar Tauron como superior a Glórienn e os outros deuses e exigir coragem dos minotauros que tem que subir a escadaria para prestar orações ao deus da força. Por outro lado há quem argumente que deveria ser o contrário: os elfos deveriam passar e prestar tributo e respeito ao templo de Tauron, para só então poderem ter acesso ao templo de sua deusa.
O Bairro anão
É sabido que os minotauros só tratam uma raça como iguais: os anões. Muitos deles fixaram residência em Foz e atuam como engenheiros civis, ferreiros, cervejeiros e engenheiros de guerra para os minotauros.
Este bairro não difere muito dos demais, exceto pelo fato de que não é labiríntico como os outros distritos residenciais.
Apesar da camaradagem tanto entre eles mesmos, quanto com seus anfitriões chifrudos, são divididos em sete clãs; cada um com um ofício diferente. O clã mais influente é o Kundar (ver mais adiante), sendo seguido pelos clãs de engenheiros.
Banco de Tibar
Esta construção situada em um bairro residencial dos minotauros parece ser a única edificação de fácil acesso no distrito. É controlada por um clã de anões banqueiros, os Kundar que também são clérigos de Tibar, o deus menor do comércio. Além de servir como um pequeno templo, o banco oferece diversos serviços, como troca de moedas, empréstimos, depósitos, transferências (para outros bancos de Arton como o de Valkaria), compra de títulos públicos do tesouro tapistano e emissão certificados de propriedade.
O Bairro Élfico
Situado na região sudeste da cidade, o bairro élfico é certamente o local mais pobre e barra pesada de Foz. Contudo ainda é mais próspero e belo do que o Gueto dos Elfos de Tiberus. Os minotauros permitiram que muitos elfos fixassem residência aqui. Outros aceitam que seus escravos tenham um canto para chamar de seu, desde que se mantenham em dia com suas tarefas. Casebres velhos e improvisados em meio ao lixo contrastam com jardins belos e casas arborizadas. Alguns elfos ainda tentam preservar o orgulho de sua raça, mesmo que seja sobre a mão de ferro dos minotauros, mas outros se entregam a decadência e imundice.
Elfos não são os únicos habitantes daqui, ainda é possível encontrar outras raças humanoides em menor número.
À noite gangues lotam as ruelas, enquanto prostitutas oferecem seus serviços nas avenidas. A prostituição é proibida para todas as humanas e meio-elfas, pois presumisse que tenham um dono minotauro que ficaria exasperado ao saber que está criando o filho de outro (minotauros não tem filhos com elfas).
Ponto certo para encrenqueiros é a modesta taverna “O Elfo manco”, onde servos de políticos e outros figurões negociam informações valiosas.
Espero que tenham gostado. Pretendo trazer mais postagens do tipo aqui no blog. Dúvidas? Críticas? Sugestões? Comente aí.
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