Lineage II é um MMORPG de fantasia medieval com origem coreana que marcou uma parte da minha adolescência. Com uma trilha sonora memorável, pode-se dizer que foi um dos primeiros jogos do gênero, junto com o World of Warcraft. E devido ao fato de possuir um lore rico, durante muito tempo foi meu desejo transportá-lo para o RPG de mesa. Então essa postagem será um experimento, para ver se vale a pena fazer uma adaptação para TRPG e/ou Dungeons & Dragons 5ª edição. Se você tem interesse em mais postagens sobre o assunto, deixe um comentário explicitando seu desejo. Trago agora a história do jogo escrita e em vídeo para deleite dos visitantes do blog. É importante notar que o texto não foi escrito por mim e embora eu tenha tentado consertar todos os problemas, pode haver erros de língua portuguesa. Já os vídeos foram feitos pelo Rafael Braga do canal Rafa P Braga. Outro detalhe importante é que essa é a história do Lineage II original e não do recente Lineage II Revolution lançado para mobile, embora o cenário seja o mesmo. Como a história é muito longa, eu optei por dividi-la em duas postagens.
Prólogo:
Ele inspirou profundamente, inalando a fumaça, e deixou sair vagarosamente. Grande parte de sua face estava escondida atrás de um rígido e antigo elmo, atrás dele somente a escuridão. Na pequena claridade de seu cachimbo, era impossível de ver seu semblante claramente.
Ele se introduziu como um bardo – mas ninguém acreditou, pois sua voz era ríspida e rouca – e nós ficamos desconfiados que ele viajou pela perigosa floresta sozinho.
Entretanto, ele nos ofereceu contar uma historia, se nós dividíssemos nossa comida e o calor do nosso fogo com ele. Nós aceitamos, nós não podíamos deixar aquele viajante para a floresta fria. Nós nos fizemos confortáveis em volta do fogo, deixando nossas armas prontas para serem usadas em caso de perigo, e esperamos a história dele começar. A noite estava muito fria, e sua voz grossa, e baixa carregada quietamente através da montanha, colocando seu cachimbo de lado, ele abriu sua boca e começou a falar.
A história que estou para contar a vocês é sobre aqueles que chamamos de deuses. Escutem cuidadosamente, pois essa é a verdadeira história...
Episódio 1: Gênese
Há muito tempo atrás, em um tempo nunca antes imaginado, havia somente um globo em que toda criação foi concentrada. Como não existia nada para se comparar, o globo era grande, escuro e brilhante, tudo e nada.
Mais de cem milhões de anos depois, o globo começou a crescer, e eventualmente dois poderes começaram a crescer vagarosamente dentro dele. À medida que cresciam, os poderes desenvolveram consciência e ego, e se separaram em uma luz branca e a escuridão. A luz branca se formou como uma mulher, e se auto intitulou como Einhasad. A escuridão como homem, e se chamou de Gran Kain. Estes dois seres marcaram o inicio do universo inteiro, como nós conhecemos hoje.
Einhasad e Gran Kain juntaram suas forças para saírem do globo. Com essa ação o globo foi estilhaçado em pedaços de todos os tipos. Alguns pedaços levantaram e formaram o céu, alguns caíram para se tornarem o chão. Entre o céu e o chão, havia água, e algumas partes levantaram para se tornar a terra.
O espírito do globo foi chamado de Éter, que também foi estilhaçado com a quebra do globo. Isto trouxe os vários animais e plantas a nascer. A Criação foi formada deste espírito, e gigantes foram os melhores da espécie. Eles foram chamados como Os Sábios, por sua inteligência que era tão grande quanto seus fortes corpos. Os gigantes prometeram manter sua fé em Einhasad e em Gran Kain, como foram as ações dos dois Deuses que criaram a vida e o mundo. Einhasad e Gran Kain ficaram satisfeitos com os gigantes e transformaram nos mestres de todas as criaturas vivas. Isto foi antes da morte e do verdadeiro paraíso existirem.
Einhasad e Gran Kain tiveram muitos filhos deuses. Os primeiros cinco dessas crianças receberam o poder da autoridade sobre a terra. A filha mais velha, Shilen, ficou a encargo da água. O filho mais velho, Paagrio, controlava o fogo, e a segunda filha, Maphr, era dona da terra. O segundo filho, Sayha, se transformou no mestre dos ventos. Para a mais nova, Eva, não sobrara nenhum elemento, então ela criou os poemas e a música. Enquanto os outros deuses estavam ocupados com suas responsabilidades, Eva escreveu poemas e os temperou com música. E então a Era dos deuses começou, e não existia um só lugar na Terra desconhecida por eles.
Episódio 2: Criação das Raças
Einhasad era a deusa da criação e criou formas usando seu próprio espírito. Seus filhos usaram seu próprio poder para criar vida dessas formas.
Shilen incutiu o espírito da água na primeira forma criada. E assim os elfos foram criados.
Paagrio incutiu o espírito do fogo na segunda forma criada. E assim os orcs foram criados.
Maphr incutiu o espírito da terra na terceira forma. E assim os anões foram criados.
Sayha incutiu o espírito dos ventos na quarta forma. E assim a raça dos arteias foi criada.
Gran Kain era um deus da destruição. Quando ele viu o trabalho de Einhasad, ele ficou curioso e com inveja. Ele imitou Einhasad e criou uma forma em sua própria imagem. E então ele foi ver Shilen, sua filha mais velha, e pediu a ela para incutir o espírito na forma. Shilen ficou bastante surpresa e falou a ele, "Pai, por que você quer fazer tal coisa? Minha mãe, Einhasad, é a responsável pela criação. Por favor, não tente fazer um trabalho que não é seu. Uma criatura que recebe a vida de um deus da destruição, não vai trazer nada além de desastre”.
Porém Gran Kain não desistiu.
Após muita conversa e persuasão, finalmente ele conseguiu o consentimento de Shilen.
"Então o farei. Mas eu já dei o espírito da água para a Mãe. Então a única coisa que eu posso te dar são as sobras”.
Shilen deu o espírito das águas podres e estagnadas para Gran Kain. E ele orgulhosamente as aceitou.
Todavia, Gran Kain sentiu que um espírito só não era o suficiente para sua criação. Então ele foi até Paagrio, seu filho mais velho. Como Shilen, Paagrio também advertiu seu pai. Mas, ele não pode negar Gran Kain. Então ele deu o espírito do fogo morto para Gran Kain. E ele orgulhosamente aceitou.
Maphr também ajudou seu pai com lágrimas nos olhos, mas acabou dando a ele o espírito do barro e da terra contaminada para seu pai. Sayha, em sua vez, deu a seu pai o espírito dos ventos selvagens e violentos.
Satisfeito, Gran Kain pegou tudo que foi dado a ele e gritou, "Olhem para as criaturas que eu estou fazendo! Olhem enquanto eles nascem com o espírito das águas, fogo, terra e vento. Eles vão ser mais fortes e inteligentes do que os gigantes! Eles vão dominar o mundo!”
Gran Kain gritou com um grande orgulho, para todo mundo e incutiu o espírito nas criações feito a sua imagem. Porém, o resultado foi terrível. Suas criações eram fracas, estúpidas e covardes. Todos os outros deuses despeitaram as criações de Gran Kain. Caído pela vergonha de sua falha, Gran Kain abandonou suas criações e se escondeu por um tempo. Essas criaturas foram chamadas de humanos.
A raça dos elfos era sábia e sabia como fazer magia. Mas ainda assim eram menos sábias que os gigantes. Assim, gigantes deixaram os elfos servirem eles na política e atividades mágicas.
A raça dos orcs era forte. Eles possuíam força inesgotável e grande força de vontade. Mas, não eram tão fortes quanto os gigantes. Assim, os gigantes deixaram os orcs servirem eles na guerra.
A raça dos anões era hábil. Eles eram grandes engenheiros, ótimos matemáticos, e excelentes em criar. Os gigantes deixaram os anões com os bancos e o trabalho de manufatura.
A raça alada de Artéias era amante da liberdade, e possuía grande curiosidade. Os gigantes queriam capturar e subjugar as criaturas voadoras, mas assim que uma artéia foi trancafiada numa jaula, ela rapidamente perdeu suas forças e morreu. Os gigantes sem escolha deixaram as arteiras voarem livres. As artéias visitam a cidade dos gigantes para darem noticias de outras partes do mundo.
Humanos não puderam fazer nada bem, então viraram escravos dos gigantes, fazendo todo tipo de trabalho menor. A vida dos humanos não era melhor do que a de nenhum animal.
Episódio 3: Guerra dos Deuses
Gran Kain era um deus livre e desprendido. Entretanto, ele cometeu um grande erro seduzindo Shilen, sua filha mais velha. Eles tiveram um caso, evitando os olhares de Einhasad, até Shilen ficar grávida. Quando Einhasad descobriu, ela ficou furiosa. Tirando a posição da sua filha de Deusa das águas, Einhasad baniu Shilen do continente. Gran Kain virou as costas para a situação e Shilen foi deixada ao destino sozinha.
Enquanto grávida Shilen fugiu para o Leste. No centro da floresta negra, ela deu a luz – amaldiçoando Einhasad e Gran Kain cada um com uma dor terrível.
Os bebês nascidos das horríveis dores do parto de Shilen e do desespero e raiva da maldição delas tornam-se demônios. Entre eles, fortíssimas criaturas chamadas de Dragões.
Nasceram seis dragões das maldições feitas contra os seis deuses. Shilen se encheu de raiva sobre Einhasad que a baniu, e contra Gran Kain que a seduziu e então a abandonou. Juntando a força de seus filhos, ela criou uma armada para punir os deuses.
O mais forte dos dragões foi ordenado a ficar a frente da armada de demônios para lutar contra os deuses. Ouvindo isso, Aulakiria, o dragão da luz, olhou para Shilen com seus olhos entristecidos e falou.
"Mãe, você não sabe o que está fazendo. Você realmente quer a destruição eterna dos Deuses? Você realmente quer seu pai, mãe e irmãos caídos no chão em piscinas de seu próprio sangue?"
Sua apelação não mudou a cabeça de Shilen.
Finalmente, os demônios invadiram o palácio onde os deuses vivem, e uma batalha sangrenta começou. Os seis dragões destruíram tudo no palácio dos Deuses. Até mesmo os deuses ficaram intimidados com o poder incrível dos dragões. A batalha parecia que não ia terminar nunca. Mas, se a guerra não parasse, o mundo poderia deixar de existir, e então todas as coisas vivas iriam ser aniquiladas.
Milhares de mensageiros dos Deuses, e demônios foram destruídos ou banidos. Todos os dias tinham raios e trovões, como se grandes forças batessem violentamente nos céus. Gigantes e outras criaturas vivas da terra tremeram enquanto observavam a terrível luta nos céus.
A batalha continuou por longos anos, e eventualmente o balanço pendia para um lado. Mesmo tendo sofrido muitos ferimentos, os poderes de Einhasad e Gran Kain foram mais fortes e destruíram muitos demônios.
Os Dragões continuaram a lutar, mas eles foram profundamente feridos e deixados com várias cicatrizes. A fadiga começou a ficar mais aparente. Depois de um tempo, pareceu que a guerra iria chegar ao fim, com a exterminação da armada de Shilen. No fim os dragões abriram suas asas e voaram para a terra para escapar. Os demônios sobreviventes os seguiram. Os deuses quiseram matar a armada em fuga, mas devido as suas feridas, tudo que eles puderam fazer foi olhar os dragões e os demônios partirem.
Como as crianças de Shilen morrendo uma por uma e com a perda da guerra. Shilen não aguentou sua tristeza. Ela inventou o Submundo e reinou sobre ele.
Episódio 4: A grande enchente
Depois que Shilen se foi, Eva herdou a autoridade sobre as águas. Mas Eva tinha uma natureza tímida e depois de ver o terrível destino da sua irmã e a guerra entre os deuses, ela se tornou ainda mais temerosa. Tentando evitar o peso da responsabilidade que caiu sobre ela, ela cavou um túnel no fundo de um lago e se escondeu.
Não tendo nenhum deus para governá-los, os espíritos das águas ficaram sem propósito, e começaram a vagar sem rumo. Muita água fluiu para um lugar e o transformou em um grande pântano. A água não fluía nunca para outro lugar, então se formou um deserto. Algumas vezes, partes do continente, de repente afundavam no oceano, ou uma nova ilha subitamente aparecia do nada. Em alguns lugares, chovia dia e noite até tudo exceto o topo das mais altas montanhas ficava submerso.
Onde houvesse qualquer pedaço de terra acima da água, todas as criaturas vivas se abandavam para preservar suas vidas e o pedaço de terra virava um pandemônio. Tanto no continente quanto no oceano, todas as criaturas sofreram. Pela vida das criaturas, os gigantes foram pedir ajuda aos Deuses.
Einhasad e Gran Kain procuraram em todo o continente e finalmente acharam o lago que Eva se escondia.
"Eva, olhe o que aconteceu porque você fugiu da sua responsabilidade. Você está destruindo a harmonia desse continente que nós criamos com tanto esforço. Eu não vou tolerar mais seus desalentos.” Einhasad estava tão enraivecida que seus olhos brilharam em chamas.
Por causa das inundações, vários gigantes fugiram para o mundo de Shilen. Isso fez Einhasad ficar com inveja de Shilen, tremendo de medo, Eva acabou se rendendo a sua mãe. Quando Eva tomou a autoridade para ajustar as águas, os desastres gradualmente foram parando. Mas, era impossível restaurar o continente que estava em ruínas.
Episódio 5: O Desafio dos Gigantes
Os gigantes começaram a ficar pessimistas. Gran Kain já havia provado sua estupidez criando uma forma de vida baixa, chamada de humano. Além disso, por causa da sua conduta e o ciúme de Einhasad, o Submundo foi criado e vários demônios vieram a existir. Por causa da fraqueza e incompetência de Eva, o continente estava um caos. Sementes de dúvida começaram a nascer nas mentes dos gigantes. Será que esses deuses mereciam sua adoração?
Gigantes começaram a andar em carruagens feitas com suas próprias mãos e entravam e saiam livremente pelo palácio dos deuses.
Eles puderam usar mágica para levantar uma ilha e viver no ar como deuses.
Eles podiam prolongar sua expectativa de vida até parecer que iriam viver pra sempre. Os gigantes começaram a pensar que os seus poderes eram iguais aos dos deuses. Tirando sua sabedoria, eles ficaram extremamente arrogantes.
E então os gigantes partiram para se tornarem deuses.
Eles começaram a experimentar modificando organismos vivos para criar novas formas de vida. Os gigantes chamaram essa magia que tornava esses milagres possíveis de "ciência".
Intoxicados pelo poder, os gigantes organizaram uma forte armada para lutar contra os deuses mesmo tendo visto a falha de Shilen, os seis dragões, e numerosos demônios tentando a mesma coisa.
Os deuses viram os preparativos e ficaram enraivecidos. Einhasad, que clamou o direito de criar vida, ficou sem palavras com a sua fúria. Ela jurou destruir todos os gigantes no continente e no mundo inteiro. Gran Kain implorou para que ela ficasse calma.
"Tanto quanto você é a mãe da criação", ele argumentou, "a destruição é minha responsabilidade. Você sabe muito bem o que eu tive que enfrentar quando entrei na sua tarefa”.
“Eu vou punir os gigantes por sua conduta arrogante. Mas se você ainda quer destruir o mundo inteiro, eu vou lutar contra você com tudo que eu tenho”. Gran Kain não queria permitir a destruição do continente, não importava como, e Einhasad ficou tremendamente ofendida pela intervenção de Gran Kain. Porém, como eles eram de status igualitários, ela não podia pará-lo.
Einhasad aceitou o argumento de Kain no final. Em ordem de punir os gigantes, ela decidiu pegar o martelo de Gran Kain – conhecido como o Martelo do Desespero. Por causa do seu poder destrutivo, nem mesmo Gran Kain tinha usado a arma. Ainda em sua fúria, Einhasad levantou o martelo acima de sua cabeça, e lançou bem no meio da cidade dos gigantes.
Episódio 6: O fim das eras
Somente quando chamas vermelhas caíram do céu os gigantes repararam que eles cometeram um erro tolo. Eles juntaram suas forças combinadas para tentar evitar o lançamento nervoso do Martelo do Desespero por Einhasad.
Isso foi suficiente para destruir a maior cidade do mundo, gigantes incontáveis e outras raças foram instantaneamente esmagadas. Uma cratera foi feita na terra, e imensas ondas cobriram a superfície. No fim, quase todos os gigantes morreram.
Os gigantes que conseguiram sobreviver fugiram para o leste numa tentativa de evitar a fúria de Einhasad. Sua rota foi paralela a de Shillen na sua luta. Einhasad continuou a caçá-los, e queimou os gigantes até a morte, um por um com raios. Os remanescentes tremeram de medo e rezaram pra Gran Kain.
"Gran Kain, Gran Kain! Nós vimos nossos erros. Somente você pode parar com a fúria e loucura de Einhasad. Não nos deixe morrer, nós que nascemos do mesmo lugar que você, nós que fomos as mais sábias e fortes criaturas da terra!”
Gran Kain subitamente sentiu uma grande pena dessas pobres criaturas e pensou que os gigantes já tinham sofrido o suficiente por sua transgressão. Ele levantou as mais profundas águas dos mares do sul e bloqueou o caminho de Einhasad.
Einhasad gritou enraivecida, “O QUE É ISSO?! Quem OUSA interferir?! Eva, minha filha amada, tire a água que bloqueia meu caminha agora, ou esteja pronta pra seguir os passos de sua irmã!”
Eva ficou com medo de Einhasad e imediatamente retornou as águas para os mares. Einhasad continuou a enfrentar os gigantes, matando um por um. Os gigantes clamaram por Gran Kain de novo.
“Gran Kain! O mais poderoso dos deuses! Einhasad continua a nos enfrentar, determinada a nos exterminar! Nós rezamos por você, por favor, tenha clemência e nos salve!"
Gran Kain levantou a terra em que os gigantes estavam. A grande muralha escondeu os gigantes de Einhasad e ela gritou em voz alta.
“Maphr, minha filha amada! Quem ousa interferir o meu caminho?! Coloque a terra de volta em seu lugar AGORA. Ou esteja pronta para enfrentar o caminho de sua irmã."
Com medo dessas palavras, Maphr tentou abaixar a terra novamente, mas Gran Kain a parou.
"Einhasad, porque você não desiste? Toda terra já sabe de sua fúria e treme diante de você. Os sábios, porém tolos, gigantes viram que estavam errados no seu âmago. Veja por você mesma! A raça de criaturas nobres e orgulhosas – que por uma vez governaram a terra – está se escondendo num pequeno pedaço de terra e tremendo de medo tentando escapar de você! Eles não podem mais enfrentar os deuses. Este lugar vai ser a prisão deles eternamente. Acalme-se, sua vingança está completa."
Einhasad continuou com sua raiva, mas ela não podia ir contra os desejos de Gran Kain – ele possuía força igual. Ela decidiu então, como Gran Kain tinha dito, que era melhor deixar os gigantes naquele pequeno pedaço de terra barrenta para sempre lembrarem seus pecados do que matá-los. Ela terminou sua caçada e retornou a sua casa.
Depois disso, Einhasad raramente interferiu com os acontecimentos na Terra, por ter ficado muito desapontada com os seres terrestres. Gran Kain também acordou de não se mostrar mais para a Terra. A era dos deuses estavam chegando a um fim.
Episódio 7: De volta ao acampamento
O estranho fez uma pausa em sua história.
Envolvidos pelo conto, nós nem nos movemos enquanto ele relatava a história do nosso mundo. Sua voz, forte, penetrava fundo em nossas cabeças – como se fosse de natureza mágica.
O mito que ele contou foi completamente diferente daquele que conhecemos, mas ninguém protestou. Nós, os mais experientes guerreiros de todas as terras, fomos tomados pelo estrangeiro, completamente nervosos e temerosos daquele mero homem. Quando uma coruja que estava próxima levantou voo, trememos com a sua batida de asas.
O estrangeiro deu uma leve risada, levou o cachimbo a sua boca, e continuou sua história.
“Não deixem minha história de lado automaticamente porque é diferente daquelas que vocês sabem sobre os deuses. Não existe nenhuma prova que o seu clero está mais perto da verdade do que um poeta errante. A história dos deuses é o desejo deles, não dos humanos. Então, como meros sacerdotes saberiam a verdade? Ouçam de novo enquanto eu continuo”.
“Esta é a história da terra depois que os deuses desapareceram. É a sua própria história.”
Episódio 8: A consequência
O mundo caiu em uma grande turbulência com o sumiço repentino dos gigantes. Acostumados com a liderança deles, os elfos, orcs, anões e humanos, deram de cara com a dura realidade de viver por si próprios. No topo dessa medonha mudança, o mundo em que eles viveram estava destruído com o golpe do Martelo do Desespero. Muitos morreram durante os desastres forjados por Einhasad, e muitos mais morreram no caos e confusão subsequentes. As raças da terra pediram fervorosamente aos deuses por salvação, mas os deuses não responderam.
Os primeiros a tomar controle da situação foram os elfos, por eles terem sido a raça responsável pela política durante o tempo dos gigantes. Os elfos tiveram sucesso em unificar as raças e continuaram com suas vidas. Mas à medida que o tempo passava, ficava aparente que os elfos não tinham a mesma capacidade de governar que os gigantes. Os primeiros que se levantaram contra os elfos foram os orcs.
"Os elfos são mais fortes que nós? NÃO! Os elfos tem o direito de nos governar? NÃO! Nós não podemos aceitar que aqueles que são mais fracos que nós se atrevam a ficar acima!"
A força militar dos orcs era poderosa, e, tendo vivido somente em paz, os elfos não foram nenhum desafio para os orgulhosos e corajosos orcs. A maioria da terra virou território orc em um instante, e os elfos foram jogados para um canto do continente. Lá os elfos pediram ajuda dos anões, que com sua grande riqueza e armas superiores, poderiam dar uma chance aos elfos de se defender dos orcs.
"Raça da terra”, os elfos gritaram, "Venham a nossa ajuda. As violentas hordas dos orcs perseguem-nos com sua esmagadora força. Venham – vamos lutar contra eles juntos."
Mas os anões friamente recusaram ajudar os elfos. Na visão deles, o mundo tinha virado a favor dos orcs. Não havia nenhuma razão para os pragmáticos anões ficarem do lado dos fracos. Os elfos ficaram enraivecidos, mas não podiam mudar a decisão deles.
Os elfos então decidiram buscar ajuda da raça do vento – os artéias. Suas habilidades de reconhecimento e ataques aéreos podiam ser a ajuda necessária para os elfos terem seu triunfo sobre os orcs. Uma delegação elfa viajou aos confins da terra para procurar a ajuda dos artéias.
"Raça do vento, venha a nossa ajuda! Os barbarescos orcs estão nos oprimindo com sua tremenda força. Vamos nos juntar e mostrar a eles sua estupidez!"
Mas, como sempre, os artéias não estavam interessados em políticas ou guerras da terra. Eles determinaram em não tomar nenhum lado e se esconderem mais profundamente nas ilhas. Os elfos entraram em desespero.
"Meu deus, ninguém vai nos ajudar! Será esse o fim de nossa espécie? Será que os asquerosos orcs vão tomar as terras e clamar toda glória e riqueza como se fossem deles?"
Episódio 9: Uma nova aliança
Colocados pra baixo pelos pragmáticos anões e pelos sempre neutros arteias, os elfos foram deixados sem nenhum aliado para guerrear contra os orcs.
Olhando com pesar para o seu destino, os elfos foram surpreendidos por um estranho dentro das suas forças. O estranho ajoelhou perante o rei elfo, que fitou bem perto para descobrir que o estranho ser era um representante dos humanos. O estrangeiro vestia uma coroa feita de galhos de arvores.
"O que deseja, líder dos pobres humanos?” o rei elfo perguntou, “Você veio rir de nossos esforços?"
O homem abaixou a cabeça e falou: "Não, rei sábio. Viemos para ver se nossas forças podem ser de qualquer ajuda."
Os elfos regozijaram! Mesmo sendo os humanos fracos, sua numerosidade poderia ser de grande ajuda na batalha.
"Muito recomendável de sua parte, rei humano.” o rei elfo concordou. "Seres insignificantes vocês podem ser, mas sua lealdade devotada e vontade de sacrificar suas vidas por nós são admiráveis. Entre na batalha para ganhar e vocês terão posição igual a nós."
O rei humano se curvou humildemente perante o rei elfo, então levantou sua cabeça, olhando sua contraparte elfica. "Nobre rei elfo” ele falou, "Nós humanos temos somente um pedido a fazer antes de entrar em batalha pela gloriosa vitória da raça élfica. Nossos poderes são muito fracos. Nossos dentes não podem nem arranhar a pele dos orcs e nossas unhas são inúteis contra seus músculos. Nós imploramos, dê a nós o poder para lutar contra eles. Ensine-nos o conhecimento de sua magia"
Esta proposta corajosa deixou os elfos chocados e furiosos. Ensinar magia pros humanos? NUNCA! Eles fizeram gestos, invocando magias para transformarem os humanos em cinzas, mas a líder elfa, Veora, intercedeu. Ela achou que o pedido não era nenhum problema e devia ser honrado. Os humanos eram muito fracos e sem dúvida eles iriam ser derrotados pelos orcs se não fossem ajudados. E com suas mentes inferiores, os humanos não seriam nenhum problema, será que eles conseguiriam aprender a magia? E então ela fez uma proposição que mais tarde custaria sua vida.
Os humanos rapidamente absorveram os conhecimentos mágicos, aprendendo muito mais rápidos que os elfos anteciparam. Os corpos humanos, não eram tão fortes quanto os dos orcs, foram fortificados pelo constante trabalho e lutas entre eles. Eles eram extremamente hábeis com suas mãos e puderam empunhar armas com grande destreza. E mais que qualquer coisa, seus números eram imensos e impressivos. Num pequeno espaço de tempo, a armada humana se tornou uma grande força.
Episódio 10: O aliado se torna inimigo
A aliança elfo-humana começou gradualmente a ganhar dos orcs. As marés das batalhas viraram a favor da aliança, os anões trocaram sua lealdade aos orcs e começaram a construir suprimentos de batalha para os humanos. Com as armaduras resistentes e armas afiadas dos anões, os humanos puderam agora derrotar o exército orc sem a ajuda dos elfos.
Os elfos ficaram preocupados, mesmo com o número de vitórias da aliança crescendo. Eles puderam sentir que os humanos estavam crescendo em poder, ficando fora de seu controle. Ainda assim, os elfos não deixaram seu desconforto se transformar em preocupação, pois eles não poderiam imaginar que o mais fraco deles todos – o lixo humano – pudesse conceber uma revolução. E com a vitória final sobre os orcs chegando, os elfos não tinham tempo para se preocupar com os humanos. Os humanos continuaram a aprender formas de magia mais elevadas, e eventualmente a guerra terminou com a vitória da aliança elfo-humana. Os orcs foram forçados a assinar um humilhante tratado de paz, e rapidamente retrocederam para a salvaguarda de seus lares ao norte de Elmore.
O líder dos orcs riu enquanto ia embora, "Elfos estúpidos. A vitória não é sua, mas desses humanos sujos. Como vocês conseguirão controlar esses monstros que criaram?"
A verdade nas suas palavras ácidas, os elfos agora enfrentavam um novo problema – os humanos. Mas depois da longa batalha, os elfos foram deixados cansados e fracos para lutar. Em contraste, os humanos com seus novos poderes mágicos, estavam fortes. E então, os humanos se revoltaram contra os elfos.
Tarde demais, os elfos viram que eles colocaram sob suas asas dragões. Uma batalha selvagem de magia contra magia uma vez mais balançou a terra. Mas os elfos estavam muito fracos para suprimir a força dos humanos. Os elfos vagarosamente foram subjugados até que foram forçados a fugir para a segurança da sua floresta. Da sua posição segura, eles se prepararam para a batalha final contra os humanos. A magia elfa era mais forte nessas florestas e eles usaram essa vantagem para tentar uma vitória no final.
Os elfos cavaram cavernas profundas que rapidamente ecoaram com o bater de espadas e gritos de guerra. Mas os vitoriosos depois de três meses de batalha foram os humanos. Nem mesmo o orgulho élfico, nem seus poderes mágicos das florestas, nem mesmo a magia superior, puderam fazer nada contra o grande número de soldados humanos.
Os elfos sofreram um grande dano e conseguiram escapar floresta adentro. Na sua fuga, eles invocaram barreiras místicas absurdamente fortes em volta de suas florestas prevenindo assim de outras raças atravessarem-nas.
E então, os humanos se tornaram os conquistadores de toda terra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário